sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Confissão

©2007 Jorge Lemos


Confissão

No momento em que eu
Simples espermatozóide
Penetrei no óvulo que me abrigou
Encontrei o calor do amor

Formei-me

Ao sair do morno leito líquido
Ao percorrer o Sagrado Túnel
Consagrei-me e proclamei vitória

Fiz-me

Quando a golfada de ar penetrou meu peito
O amor de Deus se fez

Tive fome

Fartos seios de minhas mães
Ensinaram-me o partilhar
Os da negra doação
Os da branca o respeito

Sobrevivi

O alimento deu-me preciosa vida
E muitos ensinamentos

Ergui-me e caminhei

Fiz-me plural
Sendo singular

Tropecei e levantei-me tantas vezes
Vivendo assim muitas vidas

Dividi-me
Amei demais

Distribui alegria e causei tristezas
Mágoas também restaram

“C'est la vie"

Criei canções e doei palavras
Cantando dores e amores fartos
Distribui sonhos e promessas

Na busca encontrei você
E anos se fizeram
E passaram tão depressa

Este o prêmio maior
Por ter vindo ao mundo


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Comentários

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Jorge

Um poema belíssimo que mostra o caminha da reinvenção da vida.

beijos
Anne

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Comentário de Blogger Anne M. Moor, em 17 de novembro de 2012 às 13:29  

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Grato minha preciosa amiga.
Abração de velhos
Lemos

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Comentário de Blogger Unknown, em 18 de novembro de 2012 às 12:01  

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Grato minha preciosa amiga.
Abração de velhos
Lemos

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Comentário de Blogger Unknown, em 18 de novembro de 2012 às 12:02  

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