segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Desabafo de Um Velho Descrente
©2007 Jorge Lemos
Desabafo de Um Velho Descrente
De ver triunfar tanta e tanta
bandalheira e insensatez, a ânsia de vomitar verdades me atinge.
“Onde ficou a vida que a gente perdeu vivendo?” (T. S. Elliot)
A tragédia de Santa Maria exige
mais do que o nosso sentimento de perda.
Exige o nosso repensar, e muito, sobre os perdidos valores humanos. Obriga-nos,
essa macabra tragédia, a examinar o nosso comportamento pessoal e a nos
esforçarmos para ajustar o momento em que vivemos e a criarmos bases sólidas de
respeito humano.
Estou indignado!
Na tragédia, vejo a ilimitada
ganância de indivíduos através da irresponsabilidade do Lucro fácil, a omissão
e a incapacidade administrativa. Registro o completo descaso pelas Leis
vigentes, e completamente falidas, pelas nossas instituições por parte das muitas
administrações. Falam mais alto todas as iniqüidades dos homens de todas as
classes sociais. Não vejo seriedade nos meios educadores da nossa nação.
A tragédia hoje choca, mas, como
certeza, como tantas outras, amanhã estará esquecida. Não bastam somente as
preces e as lágrimas causadas pelo impacto da tragédia, há necessidade de que a sociedade se conscientize da sua permanente responsabilidade
para com o meio que habita.
Enquanto a ganância perdurar no homem, todo o
meio se corrompe - bebidas e drogas sempre
imperam nesses antros e o poder das Leis é subtraído.
Limpem dos seus olhos as lágrimas
vertidas, acordem!
Vejam a crueza em que vivem os
nossos jovens. Segundo as informações
transmitidas, “70% dos que lotavam aquele maldito recinto eram compostos de jovens
entre 16 e 20 anos” (Sic Globo News). A mim causou horror ver os corpos de jovens nas
calçadas à espera de remoção. E olha que, como jornalista, eu já cobri guerras
e revoluções.
Perguntei-me: Onde estariam os pais para não observarem os
riscos que envolvem seus filhos?
Em uma reunião pública, uma
autoridade, em seu discurso, fala em alto e bom som: - “O polêmico Jorge Lemos...”.
De pronto a interrompo e afirmo –“POLÊMICO
SIM! OMISSO NUNCA!”
A tragédia provoca manifestações
e notícias discordantes são dadas. Políticos se aproveitam da ocasião para
tirar vantagem, enquanto o cumprimento das Leis não se faz.
Há afirmativas de que o Alvará do
estabelecimento estava vencido desde Agosto. Como promover uma festa amplamente
divulgada sem o conhecimento das autoridades? Há responsabilidade criminal
nesta tragédia? Onde estavam os Agentes e órgãos fiscalizadores?
HÁ, SOB O MANTO DO TERROR, MUITA E MUITA
OMISSÃO!
Minha pequena experiência nestes
65 anos de andanças no campo jornalístico levam-me a deduzir que, por certo, as
carteiras de muitos e muitos ficaram recheadas enquanto promissoras vidas se
perderam.
Que Deus, ao receber tantas vidas,
nos possibilite não só chorar os mortos mas, principalmente, nos ofereça a chance
de clarear nossas vistas para que evitemos outras tragédias semelhantes.
Transtornado pelo infausto
acontecimento, clamo: Chore Dilma. Chore internamente, revise o seu momento e
comece, de alto a baixo, a limpar a bandalheira, a corrupção, os desmandos, os
desrespeitos às Leis, pois estes maus procedimentos comuns e corriqueiros em
nossos dias só levarão a tragédias semelhantes.
Chore Dilma! Não as “lágrimas de
crocodilo” tão comuns nos meios políticos, chore a dor de um pai, de uma mãe,
de um irmão, de um amigo que clama para o sofrimento da perda da dignidade de que
tanto carece nosso País.
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Marcadores: Crônicas
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Inspiração
©2007 Jorge Lemos
Inspiração
Linda
estrada que o percorrer merece,
Formas
perfeitas que enlace aguarda.
Poesia
pura que o momento guarda
Que
distancia envolve nosso tempo?
Amor
não tem idade
Mesmo
que tardio chegue.
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Marcadores: Poesias
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Historias para Boi Dormir (1)
©2007 Jorge Lemos
“Aliud Ex Alio Malum”
(Solicito que o leitor compreenda que qualquer semelhança com pessoas vivas - ou vivíssimas - é mera coincidência).
Era uma vez, num País do “Faz de Conta”, um velho pensador que resolveu escrever uma pequena fábula que, se comparada a outros, concluía “Aliud ex alio malum” (“Um mal vem do outro”). A sabedoria do velho pensador se mesclava entre poucos naquele reino onde predominavam históricos e deformantes vícios.
Sim, era uma vez, num passado não muito distante, os “apoiadores” de um pretendente à Coroa de Rei se uniram aos denominados “Caras Pintadas” e foram para as ruas de todas as vilas e Províncias e, enfática e energicamente, pediram a cabeça do jovem e belo “Príncipe das Lagoas” (que governa o reino).
Os velhos chavões, já proclamados pelos velhos Camaradas de outros reinos, foram aplicados com raríssimo sucesso. A tese da lendária mística KGBiana impregnou os ouvidos do povo com a promessa de se erradicar totalmente a corrupção que historicamente grassava pelo reino.
O jovem Príncipe prepara sua defesa com aqueles mesmos gestos e empostado vocabulário que o caracterizaram quando conduzido a Titular Mor do Reinado. Mesmo jovem mas experiente comunicador busca e consegue apoio de seus pares no campo da comunicação - todos os veículos de comunicação, que sempre “mamaram” na gorda teta dos cofres dos governos anteriores.
Hábil, o Príncipe das Lagoas se apresentou em rede nacional de comunicação faz patético apelo e se apresenta como vítima, um injustiçado, que solicita apoio para a sua reinação. Pede que PINTEM com as cores do Reino as suas caras.
Insuflados contrariamente ao apelo, os jovens e povo em geral, como massa de manobra de experientes “meetgueiros”, vão para as ruas pedindo a "impichementação" (perdoem-me a imaginação por enriquecer o vernáculo pátrio com tal neologismo).
Ah! O Galante e colorido Príncipe foi caçado e humilhado por outros tantos políticos que também aspiravam ao poder.
Moral da História: Não há moral a ser revelada !
Estes mesmos grandes opositores do mal de ontem, especialmente os de linha de frente, que se punham como os “Guardiões da Moralidade” assumem o Poder.
Para vergonha do povo inteiro, os "Combatentes das Imoralidades" se mostraram mais danosos que todos os Reinados anteriores. Nunca se viu tanta porcariada junta. Enriqueceram aos extremos na escandalosa ganância pelo ouro produzido pelo suor do Povo.
O “Grande Chefe” é colocado, aos olhos de grande parte da população como o grande e hábil operador das tramóias implantadas.
Seus aliados hoje se postam unidos em defesa daquele que foi seu grande e histórico agitador e que chegou a ser Rei do Reino e onde se desenrolou tantas e tantas falcatruas. O ex-experiente Rei se diz traído pelos seus mais próximos e, nos bastidores, insufla seus seguidores a promover publicamente o seu "desagravo".
Há moral nesta história? Não sei não! A história sempre se repete e, como no teatro, três atos se fazem: o primeiro, como drama, o segundo, como comédia e o terceiro ato, como farsa.
Fico imaginando: será que o pau que dá na cabeça de Paulo (Rei do malufismo) e a do Rei do Colorido vai valer para o Rei das Maracutaias?
"O tempo passa,
O tempo voa,
E a fortuna dos espertos
Vai crescendo numa boa!"
E o povo, que lixe !
E, no reino no "Reino do Faz de Conta" os injuriados “malufadores” do passado estendem a mão e vão dando cobertura ao ex-Rei.
O Caixa Dois funciona que é uma beleza!
Será que todos viverão felizes ao redor de uma enorme mesa de pizza?
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